A Itália é um dos maiores produtores de vinho. Aproximadamente, uma em cada 6 garrafas no mundo é italiana, representando cerca de 15% do vinho mundial. Neste artigo vamos descobrir a origem desse sucesso.

História do vinho na Itália

A produção de vinho na Itália é muito mais enraizada em sua cultura do que podemos imaginar. Voltando na história, perto dos primórdios da produção vinícola, os fenícios introduziram as práticas aos gregos, que aperfeiçoaram o processo e começaram a difundi-lo por meio do comércio. À medida  que as cidades-estado gregas começavam a crescer e colonizar outras terras ao redor do Mediterrâneo, a cultura do vinho viajava junto com seus exércitos.

Após a conquista de uma colônia, os gregos colonizavam a área e plantavam vinhas. A Sicília e o sul da Itália formaram algumas das primeiras colônias: os colonizadores gregos chamavam a terra de Enotria, que significa “terra dos vinhos”. Foi assim que o vinho então subiu pela bota em direção à Roma.

Os romanos aderiram à cultura de produção do vinho como sendo sua própria, tendo até mesmo o seu próprio Deus do vinho, Baco. Eles se basearam nos gregos e depois formalizaram os métodos de cultivo a ponto de o terroir italiano começar a ser reconhecido e ter safras famosas (121 aC, é a mais conhecida). Com o desenvolvimento de Roma, à medida que o Império e suas tropas se expandiram pela Europa, os romanos passaram a ser os disseminadores do cultivo das vinhas, introduzindo videiras na França, Alemanha, Portugal e Espanha.

Conhecendo o terroir da Itália

A Itália é um dos poucos países que têm uma rica variedade de estilos de vinhos inigualáveis, com terroirs distintos e diversas uvas autóctones. São 20 regiões principais e cada uma delas apresenta sua própria cultura, tradição e personalidade dos vinhos.

Em termos geográficos, a Itália tem infinitas possibilidades para produzir ótimos vinhos. A topografia peculiar, composta por uma longa espinha montanhosa que se estende desde os Alpes protegidos até quase o norte da África, resulta em praticamente todas as combinações desejadas de elevação, latitude e exposição solar, que resultam em uma multiplicidade de estilos de vinhos que vai dos mais leves e frutados, como o Pinot Grigio da Sicília, aos mais encorpados e tânicos, como o Barolo, produzido no Piemonte.

Por volta dos anos 1960, a Itália começou a implementar um estilo mais “moderno” de produzir vinhos. No decorrer desse processo, a produção começou a ganhar um caráter próprio. Foi nessa mesma década que o governo italiano desenvolveu seu sistema de Denominação de Origem, que assegura a procedência geográfica do vinho. Dentro desse sistema temos as seguintes denominações:

  • Denominazione di Origine Controllata (DOC): limite geográfico restrito, autorização de castas específicas para a produção;
  • Denominazione di Origine Controlatta e Garantita (DOCG): além de cumprir os requisitos das DOC, os vinhos estão sujeitos a uma prova de degustação pelo Ministério da Agricultura;
  • Indicazione Geografica Tipica (IGT): abrange territórios mais extensos e possui regras de produção mais flexíveis que outras duas.

Conheça os vinhos mais famosos da Itália

Se você está começando a conhecer os vinhos italianos, não pode deixar de provar os clássicos. Começando pelo norte da Itália, temos duas regiões de destaque: o Vêneto é uma das maiores regiões produtoras da Itália e lar de exemplares como o Prosecco, espumante feito pelo método Charmat, e Amarone della Valpolicella, vinho complexo elaborado com uvas parcialmente secas. A outra região é o Piemonte, lar do icônico Barolo que é feito com a uva Nebbiolo.

No centro da Itália o destaque é para a região da Toscana, onde a uva principal é a Sangiovese, responsável pela elaboração do famoso Chianti. Um pouco abaixo temos o célebre Brunello di Montalcino, que é produzido com um clone da Sangiovese, chamado de Sangiovese Grosso ou mesmo de Brunello. Por conta do clima mais quente, os vinhos de Montalcino são mais intensos quando comparados aos de Chianti.

Chegando no sul do país, o clima é bastante quente e seco, permitindo que as uvas amadureçam bem e desenvolvam aromas e sabores de fruta mais intensos. Temos duas regiões de grande destaque, a Puglia, de onde saem os deliciosos vinhos feitos com a uva Primitivo e a Sicília, que produz brancos leves e refrescantes.

Existem muitas outras regiões em toda a Itália que também fazem vinhos maravilhosos; tanta diversidade assim cabe facilmente em um belo festival, por isso, em parceria com a Italian Trade Agency (ITA), estamos celebrando a Semana da Itália. No nosso site você encontra o Festival Sabores da Itália, que vai até o dia 12 de junho. Confira:

Agora que você sabe mais sobre a história dos vinhos na Itália e quais são os exemplares mais famosos, está na hora de explorar esses vinhos na taça! Aqui vão algumas dicas de rótulos imperdíveis, feitos com as principais uvas italianas:

Fattoria di Polvereto Chianti DOCG 2019

Nero Reale Primitivo di Manduria DOC 2018

Vallebelbo Le Filere Barolo DOCG 2016

Tenuta Il Poggione Brunello di Montalcino DOCG 2015

Ab-Imis Pinot Grigio Puglia IGT