Barolo, Barbaresco, Brunello di Montalcino, Chianti e Amarone della Valpolicella, provavelmente você já ouviu falar de alguns desses tintos tradicionais da Itália.

Os vinhos italianos são conhecidos no mundo inteiro por sua ótima qualidade, mas existem alguns tintos que se destacam. Seja por serem feitos a partir de uvas raras, produzidos em locais considerados denominações de origem ou por serem usados processos complexos na sua elaboração, são esses os vinhos mais clássicos, que tornaram a arte vitivinícola da Itália tão admirada em todo o mundo. 

Hoje, vamos contar um pouquinho da história do Barolo e como ele se tornou tradição no país da bota.

Nebbiolo: a uva do Barolo

Natural do Piemonte, no Noroeste da Itália, a Nebbiolo é uma das castas mais nobres do país onde é mais cultivada até os dias de hoje.

Por ter uma colheita tardia, a uva foi batizada em homenagem às névoas – ‘nebbia’, em italiano – que cobrem os montes do Piemonte no outono. Porém, há quem diga que recebeu esse nome devido a sua casca esbranquiçada, que lembra a aparência de neblinas.

Os primeiros relatos históricos sobre o cultivo da uva datam do século XIII, no Piemonte, onde encontrou o terroir perfeito para expressar suas melhores características. Raramente se adapta a outros locais e até no Piemonte a delicada Nebbiolo precisa de cuidados especiais no seu cultivo.

Barolo: rei dos vinhos, vinho dos reis

Os registros sobre o cultivo da Nebbiolo no Piemonte datam desde 1235. No começo, a uva servia como base para elaboração de tintos leves, doces e inconstantes, fato que levava a realeza da época buscar por vinhos franceses.

Já no século XIX, Giulia Falletti di Barolo, filha de aristocratas franceses, casou-se com o Marquês de Barolo e veio para Itália, onde desenvolveu grande interesse pela filantropia e agricultura. Inconformada com a preferência da nobreza italiana pelos vinhos franceses, a Marquesa contratou o enólogo francês, Louis Oudart, para ajudar na criação de grandes vinhos italianos. Como resultado nasceu o Barolo, que carrega o nome da cidade e do castelo da marquesa e se tornou o vinho da nobreza italiana.

Características do vinho rei do Piemonte

Feito 100% de uvas Nebbiolo cultivadas no coração do Piemonte, os Barolos costumam ser tintos potentes, intensos e complexos. Possuem aroma profundo de frutas vermelhas frescas, flores – como rosas – e especiarias doces. Com um tempo de envelhecimento, esse perfume de aproxima-se mais do de frutas secas.

Quando jovem, o vinho Barolo apresenta bastante acidez e taninos marcados, mas com o tempo se tornam mais equilibrados, por isso, são um ótimo vinho de guarda.

Como harmonizar o Barolo

Por ter um sabor intenso e potente, as comidas ideais para acompanhá-lo costumam ter as mesmas características. As melhores opções são carnes vermelhas, carne de caça e massas ao molho vermelho, bem típicas da Itália. Pratos como ossobuco, cordeiro ou vitela e risoto de parmesão são boas apostas para saborear este clássico italiano.

Há ainda quem diga, que para degustar um vinho Barolo, pão e queijo são a combinação certa para apreciarmos todas as nuances do Barolo como ele é. Fica a dica!

Portanto, seja acompanhado ou sozinho, a verdade é que degustar um vinho Barolo é uma experiência única e memorável.