No mês de abril a Evino completa 7 anos de vida! São 7 anos compartilhando momentos, histórias e, claro, muito vinho. Por isso, mesmo no cenário delicado de isolamento social, não poderíamos deixar essa data passar em branco. E já que o assunto é idade, você sabe qual a importância da idade e safras de vinhos? Sabe por quanto tempo pode se guardar um vinho? Ainda não? Então vem com a gente! 😉 

VINHO: QUANTO MAIS VELHO MELHOR? 

Uma passagem pelo evangelho de Lucas diz que: “ninguém que bebeu do vinho velho, quer já do novo, porque diz: ‘o vinho velho é melhor’”. Bom, a elaboração de vinhos é uma prática milenar. Esse trecho nos ajuda a entender um pouco do porquê essa ideia de “quanto mais velho melhor” ficou tão enraizada no nosso pensamento ao longo da história, mas saibam que isso é um mito! Vamos entender melhor:

O vinho, assim como os seres humanos, possui uma espécie de “ciclo de vida”, ou seja, ele tem infância, juventude, alcança a maturidade, chega na velhice e depois “morre” (ou oxida). 

O ideal seria degustar o rótulo na sua maturidade, que é quando o líquido tende a expressar o equilíbrio perfeito entre os taninos e o leque de aromas que possui – mas isso não é uma regra rígida, afinal, cada vinho tem um ponto de maturidade ideal e diferente.

Uma das influências nesse “ponto de maturidade ideal” é a quantidade de taninos perceptível no líquido, uma vez que eles são protagonistas de uma reação química que acontece naturalmente na maturação e diminui aquela sensação de “amarração na boca” características rótulos tânicos, que geralmente são vinhos tintos, secos e encorpados.

Conforme o tempo passa e essa reação acontece, o efeito de “amarrar a boca” se reduz gradativamente, e isso faz com que os vinhos que têm alto potencial de guarda talvez necessitem de um tempo maior para atingir esse apogeu.

“É importante ter uma definição do que significa envelhecer um vinho. Eu defino o processo como nada mais do que a habilidade de, com o tempo, o vinho: 1. Desenvolver mais nuances prazerosas; 2. Expandir-se e se suavizar em textura e, para os tintos, exibir uma dissolução adicional de taninos; e 3. Revelar aromas e sabores mais atraentes. Em suma, o vinho precisa entregar uma complexidade adicional, maior prazer e gerar mais interesse do que quando lançado” – Robert Parker, um dos maiores críticos de vinho do mundo.

IMPORTANTE: a relação entre a idade de um vinho e sua qualidade também é um mito! Inclusive, é muito importante saber armazenar os seus rótulos para que a degustação seja sem erro! Saiba mais aqui

Como vimos, um vinho em seu estado ideal de maturidade tem os taninos e seu buquê de aromas mais valorizados e evidentes – e é por isso que saber a idade do vinho e sua maturação traz uma chance maior de apreciar a bebida no auge de sua complexidade.

Acontece que nem sempre os vinhos trazem no rótulo do verso uma indicação de “validade” ou ponto de maturação, mas muitas vezes eles indicam a safra do vinho. E aí, o que fazer com essa informação? Vamos ver!

ENTENDENDO MELHOR AS SAFRAS DE VINHO

A safra nada mais é do que a indicação do ano de colheita da uva que está presente no vinho.

Existem vinhos que são engarrafados e comercializados pouco tempo depois da colheita, então pode ser que você consuma um vinho do ano vigente ou do ano anterior ao rótulo, por exemplo: tomar um vinho do ano de 2019 em 2019 ou em 2020 – mas nem sempre isso é comum.

Acontece que, ao longo das práticas de cultivo das uvas e elaboração dos vinhos, os produtores foram percebendo que mesmo que um líquido fosse elaborado a partir da mesma uva e tivesse o mesmo processo de engarrafamento, ainda assim havia diferenças entre eles de ano para ano. Isso se deve a dois elementos principais: clima e terroir. 

A vinha, sendo uma planta que geralmente é de um ciclo anual, corresponde a todas as variações climáticas que acontecem durante os 365 ou 366 dias do ano. E vamos ser sinceros? Dificilmente os anos serão climaticamente iguais, e isso influencia diretamente nos frutos.

Por esse mesmo motivo existem alguns vinhos que não possuem safra em seu rótulo. Isso não significa que o vinho “não tem ano”, e sim, que para o produtor, o interessante é o “estilo do vinho” – e por isso eles podem vir a combinar mais de uma safra em um mesmo vinho, o que pode, inclusive, auxiliar no alcance de equilíbrio entre aromas e sabores.

IMPORTANTE: em muitos países, não é necessário que todas as uvas que compõem o vinho tenham sido colhidas no ano indicado e cada local pode ter uma regra específica. Por exemplo: para os Estados Unidos, é preciso que 95% das uvas sejam do ano indicado para que o mesmo apareça no rótulo; 75% no Chile, e assim por diante.

RESUMIDAMENTE…

Os vinhos tintos jovens e frutados podem ser guardados de 1 a 3 anos, a depender de sua safra. Os barricados, “de reserva” ou fortificados podem ser guardados de 3 a 7 anos. 

Já os vinhos rosados (ou rosé) podem ser conservados de 1 a 3 anos, no máximo. Os vinhos brancos frutados e leves geralmente possuem esse mesmo “prazo” (1 a 3 anos), enquanto os vinhos brancos barricados ou “de reserva” de 3 a 6 anos e os brancos fortificados de 4 a 8 anos.

Por fim, quanto aos espumantes sem safra, branco ou rosé, Prosecco Cava simples: no máximo de 1 a 3 anos.

Ufa! Depois de tanta história, dá até vontade de abrir uma garrafa, não é mesmo? E agora que você já sabe mais sobre a idade e safras dos vinhos, bora degustar sem medo! Um brinde!  😉 

Corre lá para o meu site que eu tenho certeza que você vai encontrar o vinho que você precisa no momento! <3