Provavelmente você já ouviu falar da Tannat, uva que, aqui no Brasil, é mais conhecida pela produção de vinhos uruguaios. Inclusive, existe um dia dedicado a celebrar essa uva: 14 de abril. Mas você sabe qual a origem dessa casta e suas principais características?

Neste artigo, vamos explicar tudo o que você precisa saber para arrasar na hora de escolher seu Tannat, o que esperar do vinho e como harmonizar.

Conheça a origem da uva

Apesar de ser uma uva muito conhecida aqui na América do Sul, em especial no Uruguai, a Tannat tem origem francesa. A primeira menção de que se tem registro dessa casta ocorreu por volta de 1780, na região de Madiran, na parte de Hautes-Pyrénées, no sudoeste da França. Estudos, inclusive, mostram que a Tannat pode ser a progenitora de outras variedades do sudoeste francês, como a Manseng Noir e a Petit Courbu.

Indícios sobre o nome da uva remetem a um dialeto antigo da região de Béarn, quando ela era escrita como “tanat”. E o seu  significado pode ser referente à sua coloração forte , embora seja mais provável que ele esteja relacionado ao alto teor de taninos presente nessa variedade.

Apesar de ser uma variedade antiga, a fama mundial da Tannat começou no século 21, quando estudos elencaram essa uva como fonte de possíveis benefícios para a saúde devido ao alto nível de procianidinas, antocianinas, resveratrol e outras substâncias presentes na casta.

Descubra quais são suas principais características

A coloração intensa e o alto nível de taninos são as características mais marcantes da Tannat, e ambos são provenientes da casca. 

Essa é uma variedade de cachos médios a grandes e bagos pequenos de casca grossa. Por conta da espessura da casca, a uva precisa de uma quantidade moderada de calor para amadurecer todos os seus compostos, tendo o ciclo de maturação intermediário. As vinhas são bem vigorosas, ou seja, produzem muito. Por isso, é necessário realizar podas para um melhor controle de qualidade. Além disso, a Tannat é suscetível ao ataque de ácaros, cigarrinhas e, em determinadas condições, ao fungo Botrytis.

Os melhores solos para o cultivo da Tannat são os de argila, assim como os encontrados em Madiran – sua terra natal. Neste solo, a uva desenvolve potência e estrutura, podendo originar líquidos muito rústicos em sua juventude. Já em solos de areia, a casta tende a produzir rótulos mais macios e redondos. 

De forma geral, os vinhos da Tannat apresentam coloração púrpura profunda ou rubi com tons violáceos. Os aromas típicos são de frutas negras e especiarias; na boca, a acidez é bem pronunciada, o que contrabalanceia os níveis de taninos, e o teor alcoólico costuma ficar entre 13 a 14%. Essa estrutura permite uma boa integração do vinho com a madeira Inclusive, muitos exemplares também apresentam um bom potencial de envelhecimento.

Por conta da aspereza e potência dos taninos nos vinhos, em 1991, um produtor de Madiran, chamado Patrick Ducournau, desenvolveu uma técnica chamada micro-oxigenação, que consiste em introduzir quantidades mínimas de oxigênio na cuba de vinho de forma bem lenta. Dessa forma, as moléculas de taninos começam a se juntar e se precipitam, ou seja, ficam mais pesadas e formam um sedimento que, depois, é removido do vinho. Esse processo é muito similar ao que ocorre dentro de barris de carvalho. Entretanto, enquanto a madeira pode aportar algumas características ao líquido, o processo de micro-oxigenação permite amaciar os taninos e manter o perfil aromático da uva.

Você sabia que, além de tintos, também são produzidos vinhos rosés e espumantes com a Tannat? Porém, esses estilos ainda são feitos em pequenas quantidades, sendo um pouco difícil de encontrar.

Saiba quais são as principais regiões de cultivo da Tannat

Na França, a Tannat é a principal uva da denominação de Madiran, sua região de origem. Em Saint-Mont, território vizinho, a casta também compõe a maior parte do corte vinícola (cerca de 60%), junto com a Cabernet Franc e a Cabernet Sauvignon. Vale saber que ela também é encontrada em outras áreas do sudoeste, como Irouleguy, Béarn, Tursan, Côtes du Brulhois e Cahors, onde entra em pequenas porcentagens junto com a Malbec.

Saindo da Europa, a casa da Tannat é o Uruguai, onde também é chamada de Harriague, em homenagem a Don Pascal Harriague, o francês responsável por difundir a casta no país. Em 1870, ele introduziu um vinhedo da uva a cerca de 400km ao norte de Montevidéu. Atualmente, ela é a mais plantada do país e pode aparecer em blends junto a Merlot e a Pinot Noir.

O Uruguai apresenta um clima propício ao cultivo da Tannat, já que o clima mais quente permite um melhor amadurecimento e gera vinhos que costumam ser mais redondos e com acidez preservada pelas brisas do Atlântico.

Fora esses dois países, podemos encontrar a Tannat espalhada pela Argentina, no Rio Grande do Sul, aqui no Brasil, em pequenas plantações na Sicília, no sul da Itália, em maior extensão na Califórnia, nos Estados Unidos, e em algumas plantações nos estados da Virgínia, Illinois e Geórgia. Também são encontradas pequenas quantidades na Austrália, na Suíça, na África do Sul e no Japão.

Entenda como é a Tannat na taça

Agora que você já conhece bem essa uva, chegou o momento de descobri-la na taça! De forma geral, os varietais de Tannat podem apresentar aromas de mirtilo, amora preta e ameixa. Quando passados em barricas, eles podem adquirir notas de café, cacau e baunilha.

Para a harmonização, a sugestão é apostar em pratos com alto nível de proteína, já que essas moléculas combinam com os taninos do vinho, deixando-o mais macio e frutado na boca. Experimente com carnes fortes, como cordeiro assado, ossobuco e T-bone. 

Uma combinação clássica da França é com o Cassoulet, um prato feito com feijão branco e carne de porco. Já para a culinária uruguaia, a sugestão é um bom churrasco. Os tradicionais queijos bem curados italianos, como Parmesão, Grana Padano e Pecorino, também vão bem com os vinhos de Tannat.

Conheça alguns rótulos disponíveis no nosso site:

Baron de Taste Tannat 2019: um exemplar francês ideal para o dia a dia, com aromas de cereja e ameixa negra, taninos redondos e boa acidez. Harmoniza bem com queijos e pizzas variadas.

Alto De La Ballena Tannat 2019: este é um clássico Tannat do Uruguai. Alto De La Ballena começou sua produção no ano 2000 e desde então, a moderna vinícola uruguaia, que está localizada no sudeste de Maldonado, mais especificamente na província de Sierra de la Ballena, a 15 km da costa de Punta del Este, vem se destacando a cada ano pela produção inovadora e consistentemente bem avaliada.

Com aromas de mirtilo, ameixa e amora preta, taninos intensos e uma boa estrutura, este vinho harmoniza bem com cordeiro assado, ossobuco e risoto de queijos

Alto De La Ballena Reserva Tannat – Viognier 2016: a junção da Tannat com a Viognier, uva branca francêsa, gera um vinho com taninos intensos e aromas elegantes. Após 9 meses em barricas de carvalho, o rótulo fica ainda mais completo com aromas de frutas negras, flores e um toque de baunilha. Para harmonizar experimente T-bone com alecrim, picanha assada com sal grosso e queijo Grana Padano.

Agora que você conhece melhor a Tannat e tem dicas tanto de vinhos como de harmonização, aproveite o cupom DICASBLOG para ter 10% de desconto na sua primeira compra no app da Evino, garanta seu vinho!